segunda-feira, 7 de maio de 2007

A REAÇÃO MARANHENSE



Por estas paragens foi grande a surpresa ao ver que na indicação dos candidatos do Partido Republicano, para as eleições de fevereiro de 1921, não constava o nome do ex-governador e Deputado federal Herculano Parga, em seu lugar foi colocado o Capitão-Tenente da Marinha, e genro de Urbano Santos, José Maria Magalhães de Almeida. “Herculano teve que articular sua candidatura fora da chapa recomendada pelo diretório do Partido Republicano”.
Foi assim que um grupo de cinco pessoas (entre elas o pai de Herculano o Sr. Inácio do Largo Parga e Tarquínio Lopes Filho) lança a candidatura de Herculano, sendo por isso chamados de herculanistas, e forma o primeiro núcleo de oposição, futuro Partido Republicano Maranhense –PRM ou Flor da Viração.
Como era esperado, Herculano não se elegeu mas o PRM foi conquistando adeptos por todo o estado e formando núcleos oposicionistas no interior do Maranhão.
Esse crescimento começa a assustar o situacionismo que passa a olhar com maior cuidado para o interior onde sua vantagem política (coronelismo, fraudes etc.) não poderia ser ameaçada.
A “Reação Republicana” vem dar novo sustentáculo à oposição maranhense pois agora há uma oposição em nível federal e se opor a Artur Bernardes é se opor a seu vice Urbano Santos. A articulação com a oposição federal é feita por Herculano Parga que, para as eleições de primeiro de setembro de 1921 não se candidata a nenhum cargo e cuida em fazer a “ponte” entre a “Reação” e o PRM.
Para complicar ainda mais a vida de Urbano chegou, no dia 29 de julho de1921, um telegrama da cidade de Barra do Corda dando notícia de um levante armado no local Matta, distrito de Codó, sob comando de um socialista e espírita chamado Manoel Bernardino de Oliveira ligado aos oposicionistas Deoclides Mourão, em Codó, e Euclydes Maranhão, em Barra do Corda. O Governo desloca tropas para sufocar a sedição e estas tropas cometem diversos fuzilamentos, saques e atrocidades “indizíveis” sob o comando do segundo Tenente Henrique Dias.
Estes fuzilamentos dão “munição” à oposição para “metralhar” Urbano Santos que recebe as alcunhas de O Fuzilador, Urbano Matta, Urbano da Matta ou simplesmente Sr. Matta. Segundo o Diário de São Luís, já se comenta nos meios políticos de São Paulo a substituição de Urbano da candidatura à Vice-Presidência devido à repercussão dos fuzilamentos em nível nacional.
Apesar da forte oposição, nas eleições de primeiro de março de 1922 Artur Bernardes consegue 1.575.735 votos contra 708.247 de Nilo Peçanha e o “Café-com-leite” prova mais uma vez sua invencibilidade nas urnas.
As forças armadas se articulam para impedir a posse de Bernardes promovendo levantes em Pernambuco que ocasionam a prisão de Hermes da Fonseca (02/07/1922), o fechamento do Clube Militar (03/07/1922), a Revolta do Forte de Copacabana(05/07/1922) e a Coluna Prestes.
No Maranhão um golpe liderado por políticos do PRM depõe o Presidente do Estado Raul Machado e instala um governo provisório com Tarquínio Lopes Filho na Presidência do Estado; Deposto pelo exército, sob ordem do governo federal, no mesmo dia.

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